O corno
O chifre, meus amigos, funciona como um afrodisíaco para alguns cornos. Conheci um que toda a comunidade internacional tinha conhecimento de sua cornitude. Ele, também, orgulhosamente, era sistematicamente informado sobre as pernadas que recebia. Mas era apaixonado pela adúltera. Amava-a. E quanto mais a amava, mais ela o corneava. E quanto mais ela o corneava, mais ele a amava. Um dia, amanheceu morto no leito que era cúmplice da agora viúva que o traía. Ataque cardíaco, disse o doutor. Vá em paz, meu amor, disse a viúva em sincero pranto. E, assim, ele, o corno, foi-se em paz. E, assim, ela, por sua vez, dando vazão ao seu furor uterino, permaneceu dando adoidadamente ( expressão antiga, né ? ). Agora livre, desimpedida e em paz. A mesma paz que desejou ao amado quando de sua passagem para a eternidade. Hoje, beirando seus 80 anos bem dados, por motivos óbvios, para mais ninguém dá. Não que não queira, compreendam. Apenas não consegue um abnegado que se proponha a cometer esse crime hediondo chamado "corofilia ". Afinal, dá cadeia. E sem direito a fiança.
Cid 12/09/2021
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