As observações abaixo são de minha inteira responsabilidade.
Diferenças entre ricos e pobres.
Nomes dos filhos dos ricos.
Ele: Luis Otávio de Albuquerque Menezes Prado Mayrink D'Arcanchy Bulhões D'Ávila de Almeida Peixoto.
Ela: Eduarda Henriquetta + a caralhacetada de nomes acima descritos.
Nomes dos filhos dos pobres.
Eles (plural): José Arimatéia Bispo dos Santos. E mais uma porrada de 10 irmãos homens com sobrenomes diferentes. Cada um com seu pai particular.
Elas (plural): Arminda Cleonice dos Anjos. E mais uma porranca de 30 irmãs com sobrenomes diferentes. Novamente, cada uma com seu pai pessoal.
Casas dos ricos.
Grandes, suntuosas, e que requerem, quando abertas às raras visitações concedidas, o auxílio de um guia para que ninguém desapareça no interior da mesma.
Normalmente mantidas com todos os cômodos fechados para que a poeira não as invada, são infernalmente quentes, abafadas e com a temperatura média em seu interior girando em torno de amenos 350 graus durante o dia. À noite, um pouco mais frescas, 200 graus.
Quanto ao acesso das visitas às dependências das casas ricas, ouso afirmar que são impossíveis. Nas casas dos abastados, ninguém passa do ambiente onde foi inicialmente acomodado. No máximo, o convidado conseguirá chegar ao lavabo, sempre com a porta fechada. Diferentemente das casas dos pobres, todas as portas permanecem fechadas nas casas dos ricos. E voltando ao ambiente onde a visita foi acomodada, registre-se que a janela permanecerá fechada. Na melhor das hipóteses, caso o visitante se encontre em estado pré-comatoso, por conta da desidratação a que foi submetido em função do abafamento, o rico abrirá uma frestinha da janela. E só. O tal pavor da poeira.
Será oferecida uma água gelada, um cafezinho filho da puta de frio e meia dúzia de biscoitos de maizena que já sucumbiram, há mais de 365 dias, ao prazo de validade.
Casas dos pobres.
Ah !!!!! uma festa !!! Tudo aberto, tudo escancarado, como se desafiassem todas as poeiras do mundo. A visita chega e o pobre promove logo um tour pelas dependências de seu arejadíssimo cafofo. Mostra o quarto do Zé Arimatéia e seus 10 irmãos, e o quarto da Arminda Cleonice e suas 30 irmãs. O quarto é o mesmo e comum a todos os moradores da casa. Um pequeno banheiro, sempre muito limpo. Afinal, pobre é caprichoso com a casa.
E chegou a hora de oferecer um lanchinho às visitas. Ah !! o pobre é sempre generoso com comida. O visitante vai se entupir de bolo, pão, café com leite, sem leite, tudo feitinho na hora e com muito amor.
Mas a maior diferença entre ricos e pobres é o comportamento dos filhos. Na mansão, a visita percebe, através da janela lacrada, que Luis Otávio está praticando equitação nos campos verdejantes da propriedade. Eduarda Henriquetta, por sua vez, dedica-se ao aprendizado de piano. Já lá no cafofo, a visita é brindada com a refinada educação e alegria de Zé Arimatéia, Arminda Cleonice e seus 40 (QUARENTA) irmãos, que não param de chutar sua canela e escalar seu corpo em direção a sua cabeça, como se ela fosse o Everest.
Existem outras diferenças entre ricos e pobres. Mas, hoje, paro por aqui. Volto em breve.
Cid 17/9/2021
O chifre, meus amigos, funciona como um afrodisíaco para alguns cornos. Conheci um que toda a comunidade internacional tinha conhecimento de sua cornitude. Ele, também, orgulhosamente, era sistematicamente informado sobre as pernadas que recebia. Mas era apaixonado pela adúltera. Amava-a. E quanto mais a amava, mais ela o corneava. E quanto mais ela o corneava, mais ele a amava. Um dia, amanheceu morto no leito que era cúmplice da agora viúva que o traía. Ataque cardíaco, disse o doutor. Vá em paz, meu amor, disse a viúva em sincero pranto. E, assim, ele, o corno, foi-se em paz. E, assim, ela, por sua vez, dando vazão ao seu furor uterino, permaneceu dando adoidadamente ( expressão antiga, né ? ). Agora livre, desimpedida e em paz. A mesma paz que desejou ao amado quando de sua passagem para a eternidade. Hoje, beirando seus 80 anos bem dados, por motivos óbvios, para mais ninguém dá. Não que não queira, compreendam. Apenas não consegue um abnegado que se proponha a cometer esse crime hediondo chamado "corofilia ". Afinal, dá cadeia. E sem direito a fiança.
Cid 12/09/2021
É aquele sentimento que muitas pessoas só percebem que existe quando os "porradões" da vida os atingem. Por isso, explica-se o alinhamento, os aplausos e a devoção àqueles que pisoteiam, através de palavras cruéis e destituídas de respeito, os que sofrem. Depois, correm para dentro da Bíblia Sagrada e, como de hábito, abrigados sob o manto da religiosidade, proclamam seus desejos de "vá com Deus, fique com Deus, que Deus lhe acompanhe e que Deus lhe proteja". E a nobreza dessas expressões proferidas por esses falsos cristãos nada mais é do que uma zombaria com o Deus em que acreditam. E sigo eu por aqui, na qualidade de espectador compulsório de toda essa falsidade, tentando escapar dessa areia movediça de indignação que, com muita honra, ainda preservo. E, por não me furtar a revelá-las, vou construindo meus desafetos. Melhor assim. Bem melhor do que fazer parte desse grande "faz de conta".
Cid 12/09/2021
Das fraldas viemos, às fraldas voltaremos.
Cid em 11/09/2021 sob forte inspiração geriátrica
A gente chega a uma determinada idade em que as lágrimas vertidas pelas mortes dos amigos têm duas motivações. A perda dos nossos queridos, é claro, e a certeza de que estamos numa fila que anda célere e se parece com um corredor muito estreito, que não permite que escapemos pelos lados e muito menos para trás, pois está lotada. E se tentarmos fugir pela frente, aí, por motivos óbvios, antecipamos o final da grande feijoada com caipirinha e cerveja que é a nossa vida. E, cá pra nós, nessa hora ninguém aceita pistolão e nem dá carteirada para passar na frente de quem quer que seja. Senhor, senhora, por favor, primeiro os mais velhos !! Quanta gentileza, né ? Enfim, o momento em que todos nós somos altruístas.
Cid 6/07/2021
Pura perda de tempo falar de certos sentimentos com pessoas que não são suscetíveis a eles. É como discorrer para os ouvidos de um vaso sanitário e puxar a descarga. Portanto, muitas vezes, o silêncio que encarcera as palavras que explodem em nossos corações é o que nos resta.
Cid 4/09/2021
Podemos orar todas as contas de todos os terços, podemos frequentar todos os encontros religiosos de igrejas de todos os matizes, podemos ler a Bíblia Sagrada do começo ao fim e do fim ao começo, podemos agir com dignidade, sem dignidade, com altruísmo, sem altruísmo, com bondade ou com ódio. Podemos, podemos e podemos. E por estarmos na mesma caravela cujo capitão sempre existiu apenas na nossa imaginação de pretensos imortais, teremos a mesma trajetória e o mesmo fim. Democraticamente sem privilégios. A única coisa em que creio fortemente é que nossas existências dependem, apenas e tão somente, de algumas poucas variáveis. Talento ou falta de talento, senso de oportunidade para aproveitar as boas oportunidades que possam surgir, boa ou má genética e, por fim, e não menos importante, sorte ou azar. Não é fácil aceitar o que digo. É preciso ter a coragem de olhar a vida ao nosso redor e questionar todas as crendices que, em tempos idos, enterraram nas nossas cabeças. E aí, então, nos depararemos com perguntas irrespondíveis que nos levarão a mais e mais questionamentos. Processo doloroso assistir ao castelo de cartas da fé desmoronar diante de nossos olhos. Processo mais doloroso ainda é a compreensão de que se nós, seres viventes, não nos ajudarmos, ninguém mais nos acudirá. Processo doloroso encarar a vida sem fantasias. Eu, confesso, sinto as dores da crua realidade na qual acredito. Mas não lhes recomendo senti-las. Melhor que permaneçam anestesiados. Bem melhor.
Cid 4/09/2021
Caso esteja equivocado, me corrijam. Nas minhas observações do dia a dia, jamais me deparei com uma notícia que discorra sobre um relacionamento amoroso entre uma mulher jovem, bonita, "celebridade famosa", e um médico, advogado, engenheiro, arquiteto, enfim, qualquer profissional que não seja um empresário. Elas sempre escolhem os empresários para serem amados, o que me leva a crer que o pinto de um empresário tem razões que a própria razão desconhece. Talvez, sabe-se lá, sejam pintos que ejaculem dinheiro em vez de sêmen. De qualquer forma, observem que minhas considerações procedem.
Cid 2/09/2021
O chifre que nos alveja, meus amigos cornos, funciona como um interruptor de luz que, quando acionado, em vez de iluminar o ambiente, fornece luz à nossa sensibilidade e desperta nossa criatividade artística. Por isso escrevemos, compomos, pintamos, enfim, somos despertados por talentos jamais imaginados. Amigos proprietários de belos ornamentos à base da mais pura queratina, o chifre nos torna pessoas melhores, nos humaniza. Por favor, uma salva de palmas para ele.
25/08/2021
Prezados amigos que já se encontram descendo a serra das Araras. Tendo completado 70 primaveras, começo a perceber mudanças drásticas no funcionamento do meu corpo. Especialmente as que ocorrem em meu sistema gastrointestinal. Além de estar perdendo a capacidade de ingerir as mesmas quantidades de alimentos de outrora, a flatulência gerada por essa menor porção de alimentos começa a me preocupar. Em tempos idos, para que pudesse amealhar um volume gasoso que me permitisse assustar a vizinhança, era necessária uma dieta rica em grãos ( feijão, grão de bico, lentilha, ervilha, etc..). Tudo, claro, acompanhado de muito leite, iogurte, sorvete, repolho ( é fantástico !! ) e outras preciosidades capazes de desestabilizar o sono dos que se encontrassem a uma distância de, no mínimo, 500 metros. Lembro-me que, por várias vezes, por conta dos barulhos apocalípticos que produzia, fui notificado e multado pelo condomínio onde residia. Admito o temor que causava às crianças, que acordavam sobressaltadas no meio da madrugada e punham-se a gritar em desespero: " papai, mamãe, o "Monstro" !!!" Eu era o Monstro, reconheço. Só que agora, amados comensais, basta um inocente biscoito de água e sal, uma maça, uma perinha, um refrescante copo de água e dá-se início ao " Grande rufar dos tambores ". Assim, com a intenção de minorar minhas preocupações quanto ao meu estado de saúde, peço encarecidamente aos amigos da minha faixa etária que me relatem se suas peidorragens têm a mesma intensidade em relação aos tempos das grandes comilanças. Na certeza de que não estou só na produção de tamanha e injustificada flatulência, despeço-me. São 8:10, vou comer meu biscoitinho de água e sal e me preparar para o pior. Cid
Carro autônomo é um veículo que está sendo desenvolvido através de uma tecnologia que possibilite sua dirigibilidade sem a intervenção de um motorista. Carro autônomo é, também, um veículo que, quando em circulação, não deverá alimentar a mais remota esperança de que minhas nádegas flácidas e volumosas ocupem um dos lugares destinados aos passageiros. Uma linda e iluminada semana para todos os motoristas e passageiros.
Cid 16/08/2021
O pitoresco nesses estudos de regressão a vidas passadas é que o "regredido" era sempre um príncipe, um rei, um cortesão, um rico comerciante, enfim, um elitizado. Jamais um fodido, um estuprador, um assassino. Então, amigos, parabéns por suas meritórias vidas passadas.
Cid 8/08/2021
Durmo pouco. E apenas sob as concessões da minha insônia. Depois, acordo ainda pela madrugada e penso nos amigos queridos que já se foram e, especialmente, em minha mãe. Um dia, no meu atestado de óbito talvez esteja escrito. Causa Mortis : saudade.
Cid 7/08/2021
Querido Papai do Céu, eu sou o Luizinho, um menininho muito bonzinho que mora no Pátria Amada Brasil. Como o senhor bem sabe, sou cristão fervoroso e eclético. Afinal, frequento igrejas de todos os credos, sinagogas, centros espíritas e qualquer ambiente que transmita seus ensinamentos, Senhor. Leio a Bíblia diariamente, acrescento. Ocorre que, aqui na rua, tem um menino malvado chamado Cid, ou Cidinho, assim chamado por sua família paterna. Pois é... esse tal de Cidinho, ateu perverso e sem Deus no coração, sempre questiona como eu posso ser um devoto seu, Pai Celestial, se ao mesmo tempo em que rezo e me entrego às suas orientações, aplaudo um amiguinho que diante da morte e do sofrimento alheio diz coisas como " e daí, mimimi, vão ficar chorando até quando, eu não sou coveiro, etc..". E isso está me fazendo ficar muito tristinho. Então, Papai do Céu, peço sua ajuda para que esclareça se eu posso, ao mesmo tempo, ser devoto de suas palavras e ensinamentos e ser adorador do tal moço do mimimi. Estou confuso. Portanto, Senhor, aguardo suas diretrizes para saber qual o caminho a ser seguido.
Com amor, Luizinho.
Cid 15/07/2021
Quanto menos virilidade um homem tem para oferecer a uma mulher, mais exigente ele fica. Traduzindo: quanto mais mole o pinto, mais ele exige um peitinho duro. Esses meus amigos velhos tão de brincadeira, né ?
28/06/2021 Cid
Ninguém mais democrático do que ele. Apartidário, sem ideologia de qualquer cunho e incapaz de discriminar crianças, adultos e velhos, todos a ele são bem-vindos, assim como a ele não importa se o alvo de sua ira é um bolsonarista, lulista, chavista, trumpista, esquerdista, direitista ou centrista. São apenas nominações irrelevantes para sua sanha assassina. Transita confortavelmente em aglomerações, meios de transportes lotados, bailes funks (adora essa boa música), manifestações de idolatria e toda e qualquer muvuca insana que possa ocorrer. Totalmente apaixonado e grato aos adeptos da imunidade de rebanho, negacionistas e sem máscaras, considera-os diletos amigos e companheiros de todas as horas. Nosso algoz quer, apenas e tão somente, um pulmãozinho qualquer para chamar de seu. Simples assim.
21/06/2021
Cid
Sempre me deparo com os nossos políticos e ministros da Saúde tecendo as mais elogiosas palavras a respeito do SUS. Que o Sus é inigualável, que nenhum país no mundo tem um sistema de saúde tão bem estruturado, blá, blá, blá. Nunca vi e muito menos ouvi falar que esses mesmos políticos, ministros e ex-ministros tenham recorrido ao SUS para tratar uma simples unha encravada. Diante da emissão de um peido mais sonoro correm todos para o Albert Einstein, Sirio e Libanês e outros hospitais de ponta. Então, fica assim: tenha os primeiros sintomas de uma doença, marque uma consulta nos SUS e consiga ser atendido com a miséria já bem evoluída. Realize os exames solicitados quando seu estado de saúde for gravíssimo. Após seu óbito, marque uma nova consulta para levar os exames ao médico. Inicie o tratamento após a missa que celebra um ano de sua morte.
Mais ou menos assim.
9/06/2021
Saudade fácil de ser sentida é a do "até breve". Por ser efêmera, é demarcada, tem seus dias contados para terminar. É saudade da esperança, da possibilidade. A que tortura mesmo é a do "nunca mais". Esta, sim, como machuca senti-la !! Mamãe, quanta saudade, quanta !!
31/05/2021 Cid